Excesso de endividamento

Excesso de endividamento

Hoje, gastaremos as últimas gotas de combustível de nossa embarcação que nos guia por essa viagem do conhecimento. Aprenderemos como EVITAR uma das doenças mais comuns (e mais “homicidas”) entre as empresas: O Excesso de Endividamento  

Ah, mas antes vamos listar o que já aprendemos juntos:  

  1. INSOLVÊNCIA FINANCEIRA 
  2. OVERTRADING  
  3. UNDERTRADING  
  4. EXCESSO DE ENDIVIDAMENTO 

Bastante coisa né?! Espero que esse conhecimento tenha atribuído certos insights para sua gestão!  

Pronto para enfrentar mais um gigante? Embarque na jornada de cura do Excesso de Endividamento. Aperte os cintos e se prepare porque essa viagem será repleta de turbulência. 

O que é o excesso de endividamento? 

É quando a empresa excede um limite de captação de recursos de terceiros.  

Quero deixar claro que captar recursos de terceiros para financiar as atividades da empresa não é nenhum pecado, pelo contrário, é uma excelente forma de alavancar os resultados e atingir uma maior rentabilidade. O capital de terceiros, mesmo sendo oneroso, pode ser mais barato do que utilizar os recursos próprios da empresa ou dos sócios para financiar a operação. 

Porém, existe um limite aceitável para isso e, caso ele seja ultrapassado, a empresa passa a ter excesso de endividamento e passa a correr um sério risco de insolvência (lembra que já falamos sobre ela?).  

O grau de endividamento da empresa, na contabilidade, também é chamado de “alavancagem” ou de “leverage” e é um ótimo indicador para sabermos se a empresa está ou não correndo riscos de possuir excesso de recursos de terceiros. Ou seja, uma análise gerencial bem feita pode diagnosticar e tratar essa doença (que pode estar bem debaixo de seu nariz)

O cálculo do “leverage” que citei acima, tem o objetivo de mostrar o quanto a empresa está sendo mantida por capital de terceiros! Esse cálculo pode te mostrar o “x” da situação! Não quero aprofundar nesses cálculos. Isso só tornaria esse artigo mais chato de se ler. Mas, acho que você já entendeu bem onde quero chegar.  

Durante todos os três últimos artigos quis deixar claro o quanto a gestão focada em números, dados e análises gerenciais pode otimizar ao máximo seus resultados, seu lucro. Não seria diferente com um problema muito próximo dos empresários. A realidade, a falência não pode bater sua porta!  

Bem agora que você sabe o que é, você precisa saber se alguma transação da sua empresa pode causar essa terrível enfermidade e como tratá-la, antes que seja tarde demais.

Causas X Soluções:

Causas: 

  • Utilização de cheque especial acima da capacidade suportada: 

Cheque especial deve ser utilizado somente para casos emergenciais, no entanto, é comum vermos certos empresários usarem e abusarem do cheque especial, como se fossem dinheiro da empresa. 

  • Excesso de empréstimos de curto prazo: 

Ter acesso a vias facilitadas de contrair pequenos empréstimos junto a bancos, como “crédito de capital de giro pré-liberado” e outras nomenclaturas atraentes, pode levar ao inevitável: se endividar demais, sem ter a condição de pagar por isso. Dívidas onerosas de curto prazo costumam ter juros altíssimos e nada amistosos.  

  • Falta de garantias para aquisição de empréstimos de longo prazo:  

Os ativos imobilizados (conjunto de bens necessários à manutenção das atividades da empresa, apresentam-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.) da empresa costumam ser as garantias para contrair empréstimos de longo prazo. Mas se esses ativos já estiverem financiados não teremos o que oferecer para a instituição financeira. Empresas prestadoras de serviço, que normalmente possuem poucos ou nenhum Imobilizado relevante, também sofrem desse problema.

Soluções:

  • Integralização de capital:  
  1. Dos sócios: precisamos aumentar o PL (você já está cansado de saber o que é…) da empresa. Senão há lucro, então é preciso integralizar capital. Se você acredita no seu negócio, chegou a hora de tirar a empresa da mão de terceiros e dar a ela capital próprio.  
  2. De investidores: é difícil receber investimento para uma empresa toda endividada, mas não é impossível. Já tivemos casos assim, como a Sadia/Perdigão, em que houve a incorporação de uma empresa pela outra. Essa é uma alternativa para capitalizar a empresa de forma não onerosa. 
  •  Venda de imobilizado: 

Muitas vezes, a empresa se endivida em excesso justamente porque resolveu aumentar sua frota de veículos, adquirir uma nova sede ou novos maquinários. Mas se chegarmos ao ponto de excesso de endividamento, a melhor opção acaba sendo se desfazer desses ativos. 

  • Renegociação de dívidas:  
  1. Portabilidade: transportar a dívida contraída junto a um banco para outro banco e negociar condições melhores é um direito do consumidor, segundo o Código de Defesa do Consumidor. É sempre recomendável a empresa consultar um advogado especialista nesse assunto. 
  2.  Oferecimento de garantias: se a empresa não possui garantias, precisamos apelar para as posses dos sócios: imóveis, veículos, terrenos, etc.  

Viu o quanto esse problema é gigante? Chega em pontos extremos para seu tratamento: Oferecer seus próprios bens como garantia.

Você não precisa chegar a esse ponto, ainda mais com o conhecimento adquirido durante as leituras desses 4 artigos! Você agora é um empresário que corre para o problema e não deixa que ele te derrube. Não deixe que pequenas transações acabem com seu negócio!